Nas zonas litorais, a pesca e o sal desempenhavam lugar de relevo tanto na alimentação comum como na prática do comércio.
No Algarve, a actividade mais lucrativa era a da venda de fruta - figos, uvas e amêndoas.
Indústria não existia. O próprio artesanato era reduzido e confinado às necessidades de consumo: fabricavam-se artigos de vestuário, calçado, objectos de ferro, madeira e barro, alfaias domésticas e agrícolas, e pouco mais.»
MARQUES, Oliveira. A Sociedade Medieval Portuguesa.
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Trabalhos agrícolas ao longo do ano |
Pecuária - animais de capoeira, cabras, vacas, ovelhas, cavalos, porcos. Alguns deles são utilizados nos trabalhos agrícolas.
Apicultura - mel e cera (utilizada no fabrico de velas).
Silvicultura (aproveitamento da floresta) - caça, madeira, cortiça, lenha, frutos silvestres.
Pesca - atividade importante principalmente para as populações que viviam junto ao litoral. Os rios eram importantes vias de comunicação na época, sendo utilizados no transporte de mercadorias e de pessoas.
Salicultura - o sal tinha um papel importante na alimentação (conservação dos alimentos) e comércio.
«Nas cidades e vilas importantes, os mesteres (ofícios) estavam arruados, ou seja, reunidos por profissões numa mesma rua.
Ainda hoje nomes de ruas mostram bem esse princípio de arrumação: Rua dos Sapateiros, Rua dos Correeiros; Rua (dos ourives) do Ouro; Rua da Prata, em Lisboa; Rua da Ferraria, Rua dos Sapateiros, Rua das Tendas, no Porto.
A tenda, propriedade do mesteiral ou alugada, era simultaneamente oficina e loja. (...)
Juntando-se numa mesma rua, os mesteirais de cada profissão sentiam-se mais protegidos contra violências e abusos; vigiavam-se mutuamente na qualidade e quantidade dos produtos, preços por que eram vendidos e métodos de atrair os fregueses; e tornavam mais fácil a procura pela clientela.»
MARQUES, Oliveira. A Sociedade Medieval Portuguesa. (adaptado)
Artesanato - os artesãos, que se agrupavam por profissões na mesma rua, fabricavam vestuário, calçado, objetos de ferro, madeira e barro, alfaias domésticas e agrícolas e muitos outros produtos.
«Além dos mercados, a criação das feiras ainda alargou mais as formas da circulação interna das mercadorias.
Em Portugal, a sua grande época foi o séc. XIII, quando se criaram 43 das 95 feiras conhecidas.
0 reinado de D. Dinis (1279 a 1325) ficou marcado por uma enorme concentração de cartas de feira - 48
Tipo especial de feiras eram as chamadas feiras francas, onde os mercadores ficavam livres do pagamento de quaisquer impostos.»
MARQUES, Oliveira. História de Portugal.(adaptado)
Comércio interno - podia ser realizado em mercados e feiras ou por almocreves que se deslocavam por todo o país (comércio ambulante).
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Mercado |
«A costa ocidental da Península Ibérica passou, no século XIII, a contactar com a maior parte dos mercados da Europa do Ocidente.
Pelos fins deste século, havia portugueses firmemente estabelecidos por toda a Europa.
As exportações portuguesas para a Europa Ocidental consistiam em frutas (figos e passas), sal, vinho, azeite e mel, cera, cortiça e grã (matéria-prima para tinta), couros e peles.
De Inglaterra, da Flandres e da França, Portugal recebia sobretudo têxteis. Outros produtos importados eram madeira, tintas e cavalos.
Outra área de tráfico internacional português situava-se na Espanha e no Mediterrâneo. Portugal podia oferecer um pouco de peixe seco, mel, cera, couros, peles, lã e algum sal também. Em troca, recebia especiarias, açúcar, têxteis de seda e de lã, armas, cereais e toda a espécie de artigos domésticos e de luxo.»
MARQUES, Oliveira. História de Portugal.(adaptado)
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